A destruição, neste sábado, de um ninho de vespa asiática numa moradia do centro de Viana do Castelo, na Abelheira, eleva para três os casos registados na última semana pelos bombeiros municipais na zona urbana da cidade.
Nos últimos dias a corporação já tinha sido chamada para proceder à destruição de dois ninhos: um na mesma zona da Abelheira; e outro no parque de estacionamento do hospital da cidade. Habitualmente, os ninhos encontram-se a mais de dez metros do solo, no topo de árvores, mas também aparecem em silvados e, mais recentemente, em zonas residenciais.
O segundo comandante dos Bombeiros Municipais de Viana do Castelo, António Cruz, disse ao PÚBLICO que a vantagem do aparecimento destes ninhos na zona urbana é a de serem mais rapidamente descobertos e destruídos. Pelo contrário, nas zonas rurais, os ninhos permanecem mais tempo sem serem detectado o que facilita a reprodução da espécie, que é originária do sudoeste da Ásia e foi introduzida na Europa através do porto de Bordéus, em França, em 2004.
Balanço a 11 de Outubro
Em 2011 a sua presença foi detectada em Portugal. No Alto Minho, os primeiros ninhos de vespa velutina, conhecida também como asiática que ameaça a produção de mel, foram descobertos no final de 2012. Desde então, segundo os últimos números apresentados pela Protecção Civil do distrito, foram destruídos no Alto Minho 35 ninhos de vespa asiática. Estes dados estão desactualizados, confirmou ao PÚBLICO o segundo comandante operacional distrital de operações de socorro, Robalo Simões, porque nos últimos tempos a atenção da Protecção Civil esteve centrada no combate aos fogos florestais.
Robalo Simões adiantou que está já marcada, para dia 11 de Outubro, uma reunião solicitada pela Associação Apícola Entre Minho e Lima (Apimil) para fazer um ponto de situação.
No Alto Minho, as operações de identificação e destruição de ninhos de vespa asiática estão a cargo da Protecção Civil. Já foram detectados e destruídos ninhos em Ponte de Lima, Ponte da Barca e Monção, onde, em Junho passado, o acesso à sede da Junta de Freguesia de Sá foi vedado devido à presença de um ninho no tecto da entrada do edifício.
Estas vespas, maiores e mais perigosas do que a abelha nacional, são uma verdadeira dor de cabeça para os apicultores da região. Em Janeiro, numa conferência de imprensa realizada na Protecção Civil de Viana do Castelo, Miguel Maia, técnico da Apimil explicou que, além de concorrerem com as abelhas na disputa de alimento, estas vespas são "agressivas" e atacam mesmo colmeias, com prejuízos para a biodiversidade e producção de mel. “Fazem com que as abelhas não saiam para procurar alimento, porque estão a ser atacadas, enfraquecendo assim as colmeias, que acabam por morrer”, ilustrou então.
Ainda assim, admitiu que a vespa velutina não representa um “perigo imediato” para os seres humanos. “Só se forem lá mexer”, avisou. Na altura, o responsável da Direcção-Geral de Alimentação e Veterinária presente no encontro com os jornalistas adiantou que a perigosidade desta vespa para o ser humano se traduz apenas naelevada quantidade de exemplares que cada ninho pode albergar.
Fonte publico.pt
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