Os 10 personagens mais divertidos dos quadrinhos



Charlie Brown
Publicado à revelia de seu autor como "Minduim" (Peanuts), Charlie Brown é uma criação de Charles Schulz, de 1950. O maior fenômeno das histórias em quadrinhos é um menino fracassado, que não consegue conquistar uma garota, vencer um jogo de beisebol ou ter o respeito de seu cachorro, o beagle xereta e com postura de filósofo Snoopy. As historinhas originais exploram um divertido sarcasmo para mostrar a crueldade existente entre as crianças. Os adultos nunca aparecem nas narrativas. Na turma de Charlie Brown está seu melhor amigo Linus van Pelt, um garotinho inteligentíssimo que carrega um inseparável cobertor, e a terrível e sádica Lucy, irmã de Linus e que adora sacanear Charlie Browm segurando uma bola de futebol americano para ele chutar e sempre a retirando na última hora, fazendo-o acertar o ar. Num mundo competitivo onde a grande maioria está do lado dos perdedores, não há como não achar graça e se consolar com os fracassos do deprimido Charlie Brown.



Peninha

Ele não saiu da mente de Carl Barks, o grande criador dos personagens em quadrinhos de Walt Disney, mas é um dos mais divertidos membros da família Pato. Primo do Pato Donald e sobrinho do Tio Patinhas, Peninha (Fethry Duck) é um atrapalhado jornalista que trabalha no diário "A Patada". Totalmente sem noção, ele vive se metendo em confusões que normalmente deixam maluco o primo Donald e causam bons prejuízos ao Tio Patinhas. Seu gato Ron Ron é outro que  também sofre com as trapalhadas do dono, muitas delas provocadas pela sua busca a um estilo alternativo de vida. Criado por Dick Kinney e Al Hubbard, em 1964, Peninha foi um personagem imaginado para o público dos quadrinhos Disney fora dos Estados Unidos. No Brasil, onde virou um sucesso assim como na Itália, Peninha ganhou alguns engraçados alter-egos, como o Morcego Vermelho e Pena das Selvas



Recruta Zero

A Segunda Guerra Mundial acabara há cinco anos, mas a Guerra da Coréia estava apenas começando quando Mort Walker conseguiu que William Randolph Hearst, o magnata da imprensa americana retratado em "Cidadão Kane", aprovasse a sua criação para ser publicada nos jornais do império Hearst. Walker inventou um personagem que tornaria-se um dos três mais populares de todo o mundo, publicado em quase dois mil jornais diariamente, segundo o King Features Syndicate. O Recruta Zero (Beetle Bailey) é o mais preguiçoso soldado já criado e ao tentar não fazer nada o maior tempo possível tornou-se um dos ícones mais engraçados no questionamento da autoridade. Sempre no meio de alguma confusão, seu objetivo principal é tirar uma soneca, na qual geralmente sonha em se dar bem com as garotas e cair fora do Exército. Seu principal antagonista é o Sargento Tainha, que tenta a todo custo, mas normalmente sem muito sucesso, manter Zero na linha. 



Cebolinha

Sua primeira aparição foi em 1959 na revista Zaz Traz. Ele tinha mais do que cinco fios de cabelos espetados e não era possível saber que trocava o "r" pelo "l" quando falava, características que definiriam esse que é um dos mais populares e queridos personagens criados por Maurício de Sousa. Seu desejo de derrotar a invencível Mônica, a garota baixinha e dentuça dona de uma força incrível e de um coelhinho de pelúcia que usa praticamente como uma arma, faz Cebolinha criar uma série de divertidíssimos planos infalíveis, que sempre acabam fracassando. Nessas e noutras está quase sempre ao lado de seu melhor amigo Cascão, o garotinho que morre de medo de água. Além das aventuras com planos infalíveis, entre as mais engraçadas historinhas do Cebolinha estão  aquelas em que ele encontra o Louco, um personagem totalmente non sense que leva o garotinho também à insanidade. 



 Zé do Boné

britânico criado em 1957 por Reg Smythe, Zé do Boné (Andy Capp) retrata um tipo beberrão, que não gosta de trabalhar, mulherengo e um péssimo marido. O personagem trouxe um humor ácido e corrosivo para as tirinhas diárias de jornais como o Daily Mirror, na Inglaterra, o Jornal da Tarde, no Brasil, e até mesmo o Izvestia, na então União Soviética. Segundo Álvaro de Moya, um dos mais respeitados especialistas em quadrinhos, "Zé do Boné" fez com que o choque de sexos fosse levado às últimas consequências. As tiradas sarcásticas sobre os problemas cotidianos, o mau humor do personagem central, que adora passar o dia enchendo a cara no bar e depois ir para casa atormentar sua esposa Flô, fizeram da tirinha uma das mais engraçadas e populares junto ao público adulto. 



Mafalda

Mafalda é uma garotinha tagarela que não para de fazer críticas a quase tudo que observa no mundo, da política aos meios de comunicação, da guerra ao consumismo. Seus comentários sobre o comportamento humano são sempre irônicos e cheios de referências intelectuais, construindo historinhas a partir de traços simples mas com tiradas sempre muito bem humoradas e inteligentes.  Mafalda é uma criação do argentino Joaquim Salvador Lavadio, mais conhecido como Quino. As tirinhas da personagem começaram a ser publicadas em 1964 no jornal Primera Plana, mas a ideia havia sido desenvolvida dois anos antes quando uma agência de publicidade a encomendou para uma campanha de uma empresa de eletrodomésticos. Fã ardorosa dos Beatles, a menininha reproduz a visão pessimista que seu criador tem da política e provavelmente daí vem sua eterna recusa a se integrar ao mundo adulto.  



Hagar

Ele é um viking e, como era de se esperar, parece ser um feroz guerreiro. Mas à medida que você o conhece percebe que Hagar, o Horrível, é um amoroso marido, ainda que relutante em aceitar a sogra, tirar o lixo ou ajudar nas tarefas domésticas, afinal ele é um viking! Sua voracidade por pilhar e saquear outras terras é a mesma que tem em relação às comidas preparadas por sua esposa Helga ou pelas bebidas que toma nas tavernas. Relutante pagador de impostos, está cercado por personagens tão engraçados quanto ele, como Eddie, o sortudo, um tipo gentil, medroso e um tanto burro, sua adolescente e bela filha Honi e seu brilhante filho Hamlet. Criação de Dik Browne, Hagar começou a ser publicado em 1973 e logo tornou-se uma das mais divertidas histórias em quadrinhos de todos os tempos.


Os Skrotinhos


Eles são tudo aquilo que o politicamente correto tenta varrer para debaixo do tapete. Grosseiros, sarcásticos, sexistas, amorais e por isso mesmo responsáveis por algumas das melhores historinhas de humor feitas no Brasil desde a década de 1980. Os Skrotinhos são uma dupla infernal que adora atazanar mulheres gostosas, artistas com papo-cabeça, executivos viciados, garçons solitários, músicos frustrados, gente engajada ou qualquer outro estereótipo da sociedade contemporânea. Criados por Angeli, eles fazem parte da turma do Chiclete com Banana que nos anos 80, com suas tirinhas na Folha de S. Paulo, lançou outros ícones dos quadrinhos com seu humor sarcástico e crítico, como Meia Oito, o revolucionário frustrado, e seu fiel companheiro Nanico, o revolucionário gay, Rê Bordosa, a gótica junkie que pasava o dia na banheira se entorpecendo, Bibelô, o típico latin lover com muito amor e pouco cérebro sempre em busca de sexo, e Bob Cuspe, o punk cuspidor.



Garfield

Após passar a infância na fazenda cercado por mais de duas dúzias de gatos, Jim Davis criou nos anos 70 o desenho de um gato gordo, preguiçoso e que adora ver TV e comer lasanha. Em homenagem ao seu avô James Garfield Davis, ele deu o nome a sua criação de Garfield. As tirinhas, que começaram a ser publicadas em junho de 1978 em 41 jornais norte-americanos, em poucos anos tornaram-se um enorme sucesso. Atualmente, cerca de 260 milhões de pessoas no mundo inteiro leem as tirinhas de Garfield nos jornais diariamente. O segredo está no seu comportamento sarcástico e no seu divertido mau-humor ao lidar com situações tão humanas como a necessidade de emagrecer, o tédio, o ódio às segundas-feiras e seus problemas de relacionamento principalmente com seu dono, o fracassado Jon Arbuckle, e com seu fiel parceiro Odie, um cão idiota que vive sendo vítima das pegadinhas de Garfield.  



Calvin & Haroldo

Nunca o mundo infantil havia sido mostrado de forma tão poética e divertida nos quadrinhos como em "Calvin & Haroldo". Bill Watterson soube como ninguém retratar a infância a partir da visão de um garotinho que age como um pequeno rei e guardião desse reino cheio de fantasias, realidades relativas e onde os adultos são vistos como alienígenas. Essa é talvez parte da fórmula que faz com que "Calvin & Haroldo" seja um dos quadrinhos mais apreciados por jovens e adultos em qualquer parte do planeta. Publicadas entre 1985 e 1995, as historinhas narram as desventuras do garotinho Calvin e de seu tigre de pelúcia Haroldo. A imaginação e o sarcasmo surpreendentes da dupla, suas reações exageradamente dramáticas e suas sacadas irônicas em relação aos valores do mundo adulto são certeza de diversão e muitas gargalhadas, mesmo quando tocam em nossos mais profundos receios e melancolias.

                                          Fonte: Lazer uol

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